Especialista em comunicação digital analisa a expansão do e-commerce para sobrevivência dos negócios durante a crise do coronavírus
A pandemia chegou e pegou todos de surpresa. O monstro invisível do coronavírus abalou todos os alicerces da sociedade, e a base econômica foi um dos pilares que mais tremeram.
No Brasil, essa pane instaurada no início do primeiro trimestre trouxe várias mudanças de comportamento, a ponto de um pequeno termo estrangeiro se aportuguesar e rapidamente ditar as novas regras do comércio: lockdown. A ordem era baixar as portas, ou melhor, fechar as portas.
Escolas, shoppings centers, academias, comércios locais e vários outros ramos de atividades tiveram, quase instantaneamente, que mudar as formas de exercerem suas atividades por conta de decretos estaduais e municipais.
Não havia quase ninguém nas ruas. E o que vagava era uma grande pergunta: e agora como fechar negócios num cenário onde o sorriso foi encoberto por máscaras e o tradicional aperto de mão virou sinônimo de falta de educação?
Neste momento, a internet, como boa amiga e vilã, surge com toda a sua permissividade e possibilita feitos até então impensáveis. Home office e reuniões virtuais foram saídas encontradas por boa parte das empresas, algo que fez grandes corporações repensarem seus modelos de negócio.
Por outro lado, os pequenos e médios empresários, acostumados com o atendimento presencial da clientela em seus estabelecimentos, tiveram que usar outras formas para alcançar e atender seus clientes. Instagram, Facebook e Google foram canais que se tornaram as principais ferramentas de vendas para essas empresas, num cenário onde o isolamento social revelou para o consumidor que era possível comprar tudo on-line.
A mudança foi tão rápida que, de acordo com artigo publicado pelo Google (“Décadas em semanas: a migração do consumo brasileiro para o digital”), em setembro deste ano, a pandemia, em algumas semanas, acelerou as empresas digitalmente o que estava previsto para as próximas décadas.
É claro que esse processo também se deve ao fator criativo do brasileiro e à sua capacidade de se reinventar, como é o caso do Magazine Luiza, que lançou o Parceiro Magalu, projeto que permite ao pequeno empresário vender de forma autônoma pela internet os produtos da Magazine ou montar sua própria loja virtual utilizando a tecnologia cedida pela varejista.
Como toda crise, a pandemia nos deixa uma lição, que não devemos ignorar: mesmo enfrentando as piores adversidades, temos de olhar para a frente, ter resiliência e trabalhar para virar o jogo.
E é nessas horas que a gente se lembra do velho e famoso ditado: quando uma porta se fecha, uma janela se abre. Mas, tratando-se da internet, eu diria “outras janelas se abrem”.
* Analista de mídias sociais da FSB comunicação
Fonte: Exame